quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Uma felicidade sem sentido.

Com uma arma na mão direita, passei os dedos da mão esquerda naqueles cabelos castanhos. Tão leves, tão belos, brilhantes e sedosos. Aquela pele branca adormecida e gelada. Os olhos abertos, focando o teto cor verde-agua que combinavam com seus olhos. Um leve sorriso, transformava aquela face apavorada em um rosto angelical, a respiração alterada, e as lágrimas incontroláveis. Nenhuma palavra saia de sua boca. Ela não queria falar comigo, e era isso que me deixava com mais raiva, saber que ela não me queria, era por isso que estávamos ali. Ela tinha me deixado, não me amava mais. Mas como, se eu ainda a amava? Isso não podia acontecer. Eu não respondia mais pelos meus atos, eu não podia fazer nada, só eu podia te-la, mais ninguém. E já que eu não podia ter o que queria, era fato de que ninguém teria.
Passei novamente os dedos por seus cabelos, e ela se esquivou de mim. Puxei com mais raiva para perto do meu rosto, mas ela virou-se, para que seus lábios não encontrassem os meus. E foi quando tudo saiu de mim.
A arma ainda estava sob controle na minha mão, mas minha mente viajava em outro lugar desconhecido. Mirei sem piedade e atirei. Vi sua boca branca ficar vermelha em segundos, e suas mãos irem ao encontro do coração. A dor era algo extremamente visível, mas eu não me importava. Eu a matei.

E isso me fez feliz.

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