quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E nos sonhos, eu vejo o meu futuro.

Na escuridão daquela sala, eu fiquei sentada no canto mais frio e sem ar.  Meus dedos estavam dormentes, acho que a ultima vez que eu vira a luz do sol, foi antes de tudo acontecer e isso faz talvez uns 23 anos. Meu estomago já não suplicava mais por comida, havia se acostumado com o vazio. Assim como eu. Que tinha se acostumado a não sentir mais outro coração bater alem do meu, não ouvir outra pulsação alem da minha.
Eu estava encolhida, abraçando minhas pernas, o que era o único modo de me aquecer naquele lugar. Minha cabeça não se movia a muito tempo, estava na mesma posição desde que entrei na sala.
Não se tinha vento. Não se tinha ar. Não se tinha vida.
Tinha-se apenas eu, que permaneceria ali por muito mais tempo. Não sabia quando era dia, quando era noite. Dormia quando dava vontade.
Só sabia-se que eu estava condenada a ficar o resto de minha existência ali dentro. Na sala escura e fria.
Eu sentia cada vez mais meus ossos ficando frágeis. Cuidando para não se quebrarem e se transformarem em migalhas.
A lagrima seca dos meus olhos escorria sempre que eu me lembrava do passado.
Eu acordei.
Acordei suando, pensando no suposto pesadelo. Pensei que se não abrisse os olhos adiantasse  mas não adiantou. 
A tentativa frágil de não ver o futuro que até de olhos fechados eu podia ver.

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