segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tempos diferentes.

Já vivi em uma era, onde a felicidade e o amor eram o coração e a razão.

O tempo acaba no momento certo.

Na escuridão do meu quarto, escuto o andar dos ponteiros do meu relógio. O barulho produzido em um silêncio mórbido faz com que minha cabeça entre em pânico. Aquele som que durante o dia, parece tão inocente, a noite me atormenta.
O tic-tac de uma máquina programada pra nunca andar pra trás.
O tempo acabou, ela veio me buscar. Com seu manto preto, que cobre todo seu corpo, deixando apenas suas mãos ósseas descobertas.
Ela puxa-me com suavidade sobe seus braços estendidos. Deito-me ali, tão confortável, que poderia passar a eternidade.
"Tire-me daqui, leve-me para onde a felicidade é o governo, o amor o prefeito, a paz são os políticos, e a única corrupção seja a alegria em excesso.
Leve-me para viver na luz, leve-me para viver o amor.
Só ele pode me fazer feliz."
Disse eu, fechando os olhos e sentindo o coração parar.

Eu era tão inocente à ponto de pensar que crescer fosse bom.

Eu fico me lembrando de quando era criança. De como era bom levantar a hora que quisesse de manhã, me enrolar em uma coberta, puxar um brinquedo numa mão, um livro na outra e ir correndo até o sofá da sala. Deitar, acomodar-me ali no colo da minha mãe e esperar que traga meu "mamá" quentinho. Como era bom ouvir histórias do saci, acreditar nas fantasias e explorar a minha própria imaginação.
Como era bom não ter responsabilidades.
Mas só espero que meus netos saibam aproveitar sua infância, assim como aproveitei a minha.
E que a vida deles seja cheia de noites estreladas e dias ensolarados,.
Porque tudo que uma criança precisa é de um sorriso no rosto e uma imaginação extraordinária, pois assim, vai viajar para lua, ver ETES, dormir em seus próprios sonhos e trazer da sua imaginação o seu mundo colorido para o tão sem graça vida real.