quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um dia de aula



Estávamos reunidos na sala de aula, um pouco nervosos após uma falida apresentação.
Todos esbravejavam contra a professora,  que nos dera uma nota péssima. 
A morena do cabelo comprido, sentada em sua classe,  abaixou a cabeça para xingar a professora,  as palavras sujas pareciam cumprimentos ao serem ditas por ela.
A tatuada da sala matava a professora em seus sonhos,  depois de deitar a cabeça na mesa e dormir,  a professora teve os dentes arrancados, e os braços decepados. 
A loira rabiscava em seu diário diversas maldições que prometera um dia se fazer cumprir.  Poções  que continham a língua da professora tinham gosto de frango.
A garota alta e esguia, ao contrário dos demais, estava serena em seu canto, pensando no que tinha feito de errado, queria se redimir.  As lágrimas de crocodilo quase rolavam na pele  morena.
A baixinha  dos olhos verdes, miúda nas palavras e nas atitudes,  calma até no piscar,  ria dos próprios erros.
A outra,  dava altas gargalhadas e seu cabelo balançava exalando um odor  de morango.
A garota dos olhos brilhantes lia um livro de zumbi, e desejava friamente  que no apocalipse de zumbis, um acidentalmente, comesse a cabeça da professora.
O único menino da turma,  abalado não expressou reações.  Demonstrou um sorriso falso  e lendo uma revista ignorava todos os colegas.
No final,  o grupo juntou-se, reuniu os pensamentos, e todos agradeceram a professora pela generosidade na nota dando-na leves tapinhas nas costas, mas não esquecendo de colocar algo na sua bebida.


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